domingo, 18 de abril de 2010

Conto Erótico


Por Rodrigo Santos


“Eu gosto do seu corpo / Eu gosto do que ele faz / Eu gosto de como ele faz /
Eu gosto de sentir as formas do seu corpo / Dos seus ossos /
E de sentir o tremor firme e doce / De quando lhe beijo /
E volto a beijar / E volto a beijar / E volto a beijar”

E. E. Cummings




Ela surge como um passe de mágica, ela é a verdadeira mágica, sua essência me seduz, seu perfume entorpecedor me envolve ao ponto de me fazer perder quase todos os sentidos... Os que me restam, aproveito para sentir sua pele, lisa e macia, sobre meu corpo que já treme a sua presença.
O desejo aumenta, e com ele uma vontade imensa de percorrer cada curva de seu corpo... Como um velho poeta, que saí a vagar na rua, pela madrugada, a procura de inspiração, assim sou eu. Me vejo perdido pelas ruas de seu corpo, a luz da casa apagada, me faz acreditar que já é alta madrugada... Começo a caminhar pelos cantos, bem lentamente, em cada esquina uma pequena pausa antes de virar a próxima rua, vejo se estou realmente sozinho, realmente livre e percebo que todas as ruas ali pertencem somente a mim.
Continuo a caminhada sem saber onde chegar, minha boca, seca de tanto pisar sobre as ruas, resolve beber de sua água, da água que brota nos canteiros plantados nas curvas de seu corpo... Com ela molhada, posso deslizar com mais facilidade sobre essas ruas, que agora são minhas...
Diferente de antes, o comando agora é meu, os sentidos que me roubaste, os tenho de volta, agora em dobro, pois tenho os seus, pois tenho você...
Beijo sua boca, seu corpo tremulo, pede que o beije mais e mais e mais.... Suas mãos, leves e com o suor entre os dedos, apertam minha nuca enquanto minha boca dança zouk na sua. Bebo mais um pouco de seu líquido e escuto um gemido forte que vem de sua boca.
Já não se sabe a qual rua estamos andando, a qual esquina virar, a madrugada, que antes era um quarto escuro, se torna uma noite de luar. Dois corpos se comunicam intensamente, esquecendo qual rua pertence a quem, se é que pertenciam. Nossas bocas grudam uma nas outras, acendendo chamas pelas ruas, os montes de seu corpo já são verdadeiros vulcões em erupção, suas lavas me queimam de prazer, meu prazer intensifica sua erupção...
Somos um!

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