segunda-feira, 8 de março de 2010

Elas não namoram homens vivos

Por Leandro Rocha e Rodrigo Santos



“...e conhece o bem e o mal de quem quiser amar...”

Uma me quer perfeito, outra aceita do jeito que sou, mas não poder me ter. Não pode ou não quer? Acho que ela não quer, por muitas vezes percebo que seu maior prazer é brincar, por outras ela se torna tão séria, ao ponto de dar medo, aos homens vivos. Aos mortos não, neles, ela tem total controle do querer e poder. Seja ele morto ou vivo, sejam elas na rua ou em casa, a verdade é que elas preferem não querer já que não podem.


Ela está próxima, tão próxima que posso sentir seu cheiro, mas suas idéias a coloca tão distante, por sua própria conta, que assim como a outra, passa não querer. É difícil dizer quem coloca essa barreira, eu ou elas?

É, meu caro, seria mais fácil pra todos nós se não estivessem tão ligadas, se uma não fosse a outra, elas se completam de tal forma que me excluem das suas realidades. Posso tocar uma e ver a outra em seus olhos, conversar com uma e ouvir a risada da outra, posso tocar em uma no corpo da outra e amar uma e fazer amor com a outra.

Para alguns, talvez aqueles que as mais próximas se distanciam, os pensamentos se invertam, aquelas que não vemos se tornam tão mais presente do que as outras, tão mais viva e interessante, não seria mentira dizer que elas os entendem muito mais do que as outras. Elas carregam um dom de outras vidas, o dom do saber, o dom da intuição, o dom da adivinhação, um simples “boa noite” respondido por nós, é a entrega dos nossos desejos para elas. O perigo de se relacionar com elas está aí, ela te conhece muito mais que as outras, muito mais que você mesmo, ela conhece o amor, o ódio, o bem e o mal... Por serem as mesmas, no corpo de uma. Por muitas vezes elas brincam, ajudam, já as outras, por muitas vezes se aproveitam, nos tem nas mãos e no final, você já não sabe a qual verdade pertence.

Lidar com as duas é mais fácil que com cada uma separada, é melhor tentar entende-las como uma só, em um instante, uma fração de segundo. Olha-las como duas, é perigoso. Tanto aquela que não podemos ver, mas sentimos a presença, quanto a que vemos, são como a viúva negra que se alimenta de seu parceiro no momento da união, elas te farão de capacho se não fores cuidadoso o bastante... Pensando bem... Seria melhor que fossem só viúva negra... Mas não, elas têm qualidades ainda mais perigosas...

“Cuidado amigo, ela é bonita, ela é mulher.”

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