sábado, 1 de maio de 2010

Só depois de morto

Por Leandro Rocha

A imortalidade, peguem-na, é de vocês!” – Aquiles, Tróia

Não entendo como muitos gênios da ciência e das artes foram reconhecidos pelo seus trabalhos só depois da morte, se parar pra pensar vai ver que a minoria colheu os louros do sucesso.
Se me estiver reservado o sucesso no Livro dos Destinos, pedirei aos deuses escrivões que me dêem ainda em vida.
Sou novo, tenho 21 para 22 e o sucesso, se vier, tem tempo, talvez uns 70 anos quem sabe... Não... Eu não chego os 90, meus pecados na saúde já me tiraram alguns anos e ainda que me torne o “Super Saudável” não acho que minhas faltas serão abonadas.
Vivo na realidade globalizada, materialista, não posso me portar como os heróis do passado, não posso ser como Aquiles que lutou em Tróia somente para ter seu nome lembrado para sempre.
Gostaria de desfrutar do reconhecimento, eu, não meus filhos. Tenho duvidas quanto ao sucesso vindouro, acabou-se o tempo da Semana de Arte Moderna, acho que poucos vivem da palavra escrita, vive-se da palavra cantada, mas essa não é pra mim.
Não escrevo para ganhar, escrevo por escrever, porque gosto, mas não reclamaria se o Mago me ensinasse sua magia, ou vai ver, não há magia alguma, ele só deu sorte.
Tudo isso eu só supus, não escrevo no Livro dos Destinos, nem sei se ele existe, vou escrevendo e tentando ganhar a vida de outra forma. Um conselho: guarde esse texto, um dia, como disse uma amiga, ele pode valer uma nota. Ou não, vai ser mais um papel velho, amarelado, amassado no fundo da gaveta.

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