
Por Leandro Rocha
Escorre lentamente pela ferida aberta até a parte mais baixa, então caem, uma, duas, infinitas gotas caem sem pressa. No chão, uma poça vermelha começa a se formar, ela também escorre ate o ponto mais baixo e caminha rente ao canto da parede.
Coração suicida que abre as feridas por conta própria e justifica-se com fatos que só ele enxerga, não se pode convencê-lo, esta decidido a sangrar sobre a dificuldade que encontra.
Coração que bate forte para que o sangue saia com mais força, sangue que espirra, que força a saída e abre mais a ferida. O sangue parece que nunca acaba, não imaginou que poderia sangrar tanto, apesar da agressão, o coração não sente dor, sente-se bem.
Está quase acabado, o sangue sai tímido por entre as largas portas abertas, sai sem querer, sai expulso, vai assim até a ultima gota expulsa com o maior esforço pelo coração moribundo.
Não há mais sangue, mas ainda não acabou, a carne esta úmida e deve secar, o coração espera ate o momento em que as feridas abertas se tornem fissuras unidas pelas rachaduras que o cobrem todo.
Ele quebra em um som oco, fumaça sai de dentro dele e suas partes espalham-se pelo chão, estava vazio por dentro e a casca se tornou pó, pó molhado na poça de sangue quase seca, viscosa no chão.
Que sofrimento!
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