
Tudo esta calmo na vida dele, as coisas seguindo no ritmo certo, na forma certa, para o lado certo. Ele se encontra num estado confortável de repouso onde apenas fiscaliza sua existência para que nada saia errado em momento algum. Aí ela aparece, de forma inocente, aparece como qualquer pessoa pode aparecer, mas ela não se torna qualquer pessoa, ela ganha um destaque especial e, todo aquele conforto, é jogado no abismo.
Ele esta perdido. Perdido em pensamentos, em ações, em vontades e desejos, esta perdido em tudo, não sabe qual caminho tomar, mas parece que todos os caminhos levam a ela. Ele não quer pensar, pois só pensa nela e se sente bobo, por que pensar nela se ela certamente não esta lembrando que ele existe? Pergunta-se sem resposta.
O que ela fala se torna poesia e musica, o sorriso se torna pintura de artista talentoso, o perfume, a melhor fragrância. Tenta manter-se sob controle sem sucesso, se ouve musica pensa se ela gostaria de ouvir também, se vê filme se coloca no lugar do mocinho que beija a protagonista (devidamente substituída) no final.
Quando perto dela, tenta se manter forte e quase indiferente, sorri quando tem que sorrir e fala quando tem que falar, mas sua vontade é de falar toda sua vontade a ela, não faz por medo, medo da rejeição ou do riso debochado, teme as conseqüências futuras, teme o mal estar, teme muito porque pensa demais, talvez ele devesse pensar menos.
Seu pior momento é a noite quando encontra-se consigo deitado no travesseiro, sob o manto escuro da noite, a cama torna-se divã e lá ele despeja tudo que sente, como se de alguma forma suas palavras pensadas fossem levadas a ela que já dorme profundamente sonhando com alguma coisa, que não é ele.
Ele mente: “não crio expectativa”. Cria, impossível não criar quando se quer tanto, por ele se jogaria de cabeça nesse penhasco. Sua cabeça trabalha contra, prefere não pensar nos momentos de queda livre onde pode planar livremente, não, pensa que quem se joga de cabeça num penhasco, não tem outro destino senão uma testada no chão.
Ele saiu do ponto morto, o repouso acabou, a hibernação acabou, chegou a hora de acordar pois o longo inverno se foi e a primavera o chama, com flores e sol forte, não há mais fiscal nem caminho certo, há apenas caminhos, erros e acertos, há o amor que sente cheiro, que abraça, que beija o rosto mas quer beijar a boca, segundas e terceiras intenções de cara limpa e não em um avatar, seu coração queima, uma sensação nova que mistura medo e paixão. Ele vive.
Reconheço isso de algum lugar... =P
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