sábado, 27 de março de 2010

Soneto do Temporal

Por Rodrigo Santos


Ele vem e avisa que está pra chegar
Às vezes é odiado, por outros é desejado
Vejo os ônibus passando em minha rua
O noticiário informa, esta tudo alagado

Os leigo, o chama de chuva forte
Os biólogos de osso craniano
A quem diga que é um advérbio
Outro dia me peguei cantando

A idéia, realmente, veio da chuva que caia
Foi tão forte, quanto a água e a ventania
Tão intenso como a fome que eu sentia

Cada raio eu fazia uma oração
Do sofá eu ouvia um trovão
Me lembrei da viagem ao Ribeirão

quinta-feira, 25 de março de 2010

Texto vazio cheio de idéias

Desafio: Escrever porque cheio é cheio e não vazio?
Porque noite é noite e não dia?
Desafiador: Anônimo
Desafiado: Rodrigo Santos

Vamos lá, primeiro desafio realizado por um de nossos leitores, é anônimo, mas é leitor. Tema bem complexo para falar né? Mas como levo a fama do escritor mais complexo e abstrato do blog, vamos lá...

Eu poderia dar uma resposta simples. O cheio é cheio porque não é vazio, se fosse vazio não seria cheio, pois não teria nada que o enchesse a ponto de se tornar cheio. O mesmo vale para o vazio... Ou então eu poderia dizer que a noite é noite e não dia porque Deus quis, porque alguém quis, mas não eu, eu não quis nada...

Vamos as complexidades maiores do tema... Meu leitor anônimo foi inteligente no seu pedido, mas será que ele percebeu que o cheio, o vazio, o dia e a noite têm ligações entre eles? O dia é dia porque é cheio, porque é dia... Não me venha dizer, e se for um feriado? Um domingo chuvoso? Meu caro leitor, o cheio soa nitidamente, é altamente compenetrado, tem seu tempo e espaço bem preenchido, logo, o cheio é o próprio dia. Em que parte do dia você trabalha, estuda ou não faz nada? O dia! Até aqueles que trabalham a noite, tem seu dia cheio... Ou você acha que eles só compram remédios pelos interfones das farmácias?

Ahh, a noite.... E a noite que os grandes centros, comerciais, urbanos são poucos freqüentados, é nela que comemos menos, pois não é bom dormirmos de barriga cheia, é antes de sono que você lembra daquela pessoa que não está ao seu lado, e você gostaria que estivesse, é nessa hora que você se sente carente, desprovido, vazio....

Se invertermos tudo que foi escrito aqui nesse post, não teria sentido algum, ou melhor, teria sim, depende do ponto de vista de quem ler, pois teríamos uma idéia sem lógica, vazia, escrita numa noite, num domingo à noite, tem coisa mais vazia do que domingo à noite? Isso nos volta a ter sentido...

Acho que respondi, sua pergunta, meu amigo leitor... Mas cuidado com uma coisa, todo mundo tem um nome, todo nome tem seu peso e se faz presente... O anônimo não, ele tem medo, de algo que nem ele mesmo sabe, tem medo do sol, do dia, vive pelos cantos, na noite, não tem essência. O anônimo é vazio...

domingo, 21 de março de 2010

As linhas do universo

Desafio: Escrever sobre a diferença de um mundo real e fantasioso
Desafiador: Gabriel Bigó
Desafiado: Rodrigo Santos


Não seria fantasioso afirmar que o real e o sobrenatural andam juntos a todo momento, idependente de crença. Mas não seria real, já em outra conotação, dizer que o sobrenatural e o fantasioso, o fantástico, estejam interligados.

O real é o que nos faz ver sentido na vida, ele é tenso, é forte, nos trás a verdade, verdade essa que por muitas vezes nos leva a insanidade, ao ponto de entrarmos num mundo de fantasia. Esse mundo que anda sempre em paralelo com a realidade, e como todas paralelas, nunca se cruzam, mas são cruzadas, não necessariamente no mesmo momento, por uma nova realidade, uma que vem de outro plano, outra dimensão... Aos matemáticos de plantão, podemos definir que as 3 realidades citadas são como retas paralelas cortadas por uma transversal, perpendicular, ou não as retas, depende do ponto de vista.
Viver num mundo de fantasias seria maravilhoso, nem o céu se torna o limite, melhor ainda, o limite não existiria... Acreditar que ao morrer terei sete virgem me esperando se torna lenda e não fantasia. Uma vida fantasiosa seria como se o meu quarto fosse o planeta terra, quiçá o sistema solar, e eu fosse meu próprio Deus, ou até mesmo o seu também. Já imaginou?
Pensando bem, a vida de todo ser humano é uma escala de realidades, nascemos e seguimos no mundo da fantasia, vai dizer que você nunca teve um amigo imaginário? Até mesmo um adolescente de 15 anos, por muitas vezes, vive num mundo de fantasia... A infância vai, a maturidade vem, e com ela uma nova realidade, a própria realidade... Já não se pode mais pensar que um homem virá num cavalo branco...

O adulto viril se vai, dando passagem para uma velhice, não tão viril assim, não tão real, o fantástico volta a rondar os pensamentos desse ser... A morte chega, por muitas vezes nem espera a velhice chegar, por outras é ainda mais cruel, não espera o homem viril se apresentar. Lenta ou rápida, forte ou fraca, o importante que ela sempre trás consigo uma nova realidade, não tão real assim, para alguns, mas para outros é ainda mais real...

É claro que muitos não seguem essa linha cronológica, eu por exemplo vivo numa realidade muito mais sobrenatural, você numa fantasiosa, mas de alguma forma somos presos por um cordão umbilical que nos trás ao mesmo mundo, mas nem sempre ao mesmo tempo, chamado real...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Destinos Cruzados


Por Leandro Rocha


Não acredito nele, acho a vida como um livro em branco onde há apenas alguns capítulos importantes pré determinados que você vai vier se trilhar o caminho provável, aquele que seus pais ensinaram a vida toda para seguir...

Mas sempre falam em destino, ele esta presente na sua vida, seja o destino que nos liga a morte (para os que acreditam) ou o simples lugar onde você fará sinal para o ônibus parar, o seu destino.

Falando em ônibus, quantas vidas (e destinos) se cruzam dentro de um? Diariamente cada pessoa pode passar a fazer parte da sua vida... poderiam, se você não estivesse isolado na sua bolha sonora do MP3.

Quantos destinos estão sendo construídos diariamente no ônibus e quantos já estão selados? Todos esses destinos estão sendo cruzados mas só chegam a um ponto comum: o destino do motorista, naquele momento, ele é a mão que move sua vida e determina se você chegará ou não.

Você não pensa nisso, esta seguindo sua vida e não lhe interessa todas aquelas outras que estão ali. Te interessa apenas em poucos momentos, quando você veste sua toga de arrogância e faz teu julgamento implacável, “é feio”, “é gordo”... Mas lembre-se meritíssimo, dentro da sua bolha você também é julgado.

Sua arrogância chega ao limite quando entra o homem invisível... “desculpe atrapalhar o conforto de sua viagem”... Meu caro juiz, seus olhos cairão se ao menos olhar a pobre mercadoria do homem? Ajude-o a cumprir sua missão...

Enfim você chega ao seu destino, sua bolha quebra e aí viramos uma pagina, mas não tem problema, amanha você e todos se cruzam de novo e aquele que comanda o volante continuara a escrever o SEU destino.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A culpa

Por Rodrigo Santos



Qual sentimento poderia ser tão pequeno aos olhos daqueles que o possui? A culpa... Ela esta acompanhada de uma máscara, a máscara do bem. Sim é claro, do bem... Você já viu alguém possuir uma máscara do mal? A máscara esconde a dor e a tristeza dos olhos daqueles que os carregam... Faz com que sua visão seja deturpada ao ponto de, por muitas vezes, transportar toda sua culpa para outrem.

A culpa está associada a todo mal material, moral e espiritual, que de certa forma estão ligadas umas as outras. E o erro, será que ele está ligado a culpa? Quando se assume um erro, estamos levando consigo uma responsabilidade por algo feito ou pensando. A culpa se torna presente, uma vez que tentamos ofuscar nosso erro, culpando outros por aquele momento ruim, pois se for bom, não temos culpa, não essa mascarada.

Não me venha dizer que nem tudo na vida, nem todo fim têm um culpado, se teve fim, foi porque começou, e se começou foi por culpa de alguém. Minha talvez...

Talvez não, a culpa é minha sim! Não devo me esconder na máscara que, eu mesmo, escrevo. Por erro dele, você carrega uma cruz que não é sua, que seja sua, mas o fardo é meu, o que me leva a culpa de um erro que se torna meu, e não mais dele.

Você ri, eu choro, você brinca, eu assisto, você me ama, eu passo a me odiar, com a certeza de que um dia esse ódio me levará a um quarto escuro novamente, sem porta, sem janela, sem comida, sem ar... Por mais que eu queira, não posso me esconder nesse quarto escuro agora, pois não saberia sair nunca de dentro dele. Ao mesmo tempo não seria covarde a tal ponto de te deixar sozinho carregando essa cruz, se eu for, o peso dela será maior, o erro dele, que já eu meu, se tornará mais vivo ainda, o fardo talvez fique mais leve, mas a culpa não, a culpa me secará aos poucos, como se fosse um veneno de rato, me levando a morte. Mas quando isso acontecer, já será tarde, pois já estarei morto a muito tempo, e a culpa continuará sendo minha!

terça-feira, 16 de março de 2010

Tempestade


Por Leandro Rocha

Chove forte lá fora e o cenário é bastante tenso, a luz esta sendo arrancada das lâmpadas, mas ela teima em ficar, a chuva é mais forte. A água entra por baixo das portas e por frestas em janelas e o vento sussurra... Aquele sussurro que assombra as crianças e sempre está presente nos filmes de terror.

Apesar da tempestade, dentro de casa esta quente e o suor do calor se mistura ao suor frio da tensão, de não saber ate que horas a escuridão ira permanecer sobre nós, procuramos as velas e acendemos e o combustível do fogo é o medo, medo de as vermos queimar ate o ultimo centímetro de pavio.

Escrevo sentindo o suor nascer na testa e correr pelo rosto descer ao pescoço e se perder na blusa, mas ainda sim escrevo, não tenho velas comigo, minha luz é a tela. Exercito minha audição ouvindo as reclamações dos que compartilham a escuridão comigo e os trovões, muitos trovões.

Tenho a sensação que a chuva quer entrar em casa, a força com que bate nas janelas e com que entra em qualquer basculante descuidado que permaneceu aberto é impressionante. Gostamos de receber visitas mas dessa vez nós seremos maus vizinhos.

Continuo escrevendo ouvindo a chuva desistir mas seus efeitos ainda estão sob minha cabeça, ainda escrevo no escuro e ainda suo quente e frio, mas esta tudo bem, ainda que o ultimo pavio se apague, a luz virá amanha, seja elétrica ou seja o sol, mas por enquanto, chove forte lá fora.

domingo, 14 de março de 2010

O sabor amargo do algodão doce (parte 2)

Por Rodrigo Santos


“enquanto eu não encontrar o meu algodão, cada dia será um,
cada dia uma cor, cada dia um novo sabor...”


O verão foi embora, chegando o outono, nesse os dias eram mais frescos e mais curtos ainda, do que os outonos de costume. O desejo do jovem menino começava a enfraquecer, feito as folhas do outono que se desprendem das grandes árvores, e pequenas também, e vão ao chão...

Ele já sabia, onde encontrar, como comprar, não sabia qual algodão era o mais gostoso, embora naquele momento, mais gostoso ainda era a procura intensa, que já não era tão intensa, que já não era nem mais intensa, que já não era....

Na cabeça daquele jovem, ele já tinha realizado seu desejo, se antes ele queria O ALGODÃO, de um dia para o outro ele nem queria mais, para ele o grande algodão foi o dia que ele teve todos, para quer querer mais? Como o próprio nome diz, é doce, é arriscado, pode dar diabete ou coisa pior... Bom mesmo é a pipoca, todo mundo come, pode ser doce, pode ser salgada, pode ser sem gosto, pode ter queijo, bacon... Uhnn, pode ter bacon!

Então é isso, pipoca! O menino começa a comer apenas pipoca, ele até gosta de pipoca, mas para ele, algodão doce é algodão doce... Certo dia, caminhando na antiga praça, que não caminhava a tempo, encontra um certo senhor, que aparentava ter uns 80 anos, sentado num banco em cima de um formigueiro, as formigas andavam nos seus pés, de forma que já não se sabia o que era o pé do senhor, formiga e pipoca, pois a panela transbordava pipocas para toda parte... Aquela cena chamou a atenção do menino que foi em direção ao senhor, com a intenção de ajudá-lo, o homem por sua vez não fez questão de sua ajuda, muito mal perguntou se queria salgada ou doce, sem nem se levantar daquele banco, parecia estar grudado ali, e estava... O menino que nem queria comer a pipoca, acabou comprando, com o intuito de ajudar o velho homem.

Por comodidade, pena, vontade ou algum sentimento qualquer, o menino começou a comer apenas pipoca, a pipoca do homem sério, como ele apelidou. Com o tempo, tornaram-se amigos, talvez o primeiro amigo de verdade do velho, até hoje ninguém sabe ao certo, só o pipoqueiro. Com o tempo, o menino ajuda o senhor a se levantar daquele banco, ele tira as formigas de perto, mas sem matá-las, ele não faria isso com as formigas, pobre formigas...

Como todo desejo, se não for bem sanado, iremos sempre em busca da realização. E se for bem, vamos em busca de uma repetição. Não ia ser diferente com o menino... Por mais pipoca que ele comesse, seja doce, salgada, com ou sem bacon, não existe pipoca sabor algodão doce, nem as de microondas. O desejo voltava a rondar a mente do jovem garoto, mas o medo sempre via junto. Por mais que ele sabia onde encontrar, um de qualidade, ou pelo menos variedades, o fato de estar sempre sozinho nessa busca, o deixava sempre na vontade...

Um novo outono chegou, dessa vez, diferente do outono passado, o que caia junto com as flores, não era o desejo de comer algodão doce, e sim o prazer da pipoca. Ainda no outono o menino começa a comer pipoca, agora sempre doce, ele volta na praça dos algodões, dessa vez sozinho, encontra um algodão, com um gosto ainda meio indefinido, embora não tivesse comido ainda, ele já sabia que aquele algodão ao mesmo tempo em que era doce, era amargo, era até salgado, talvez por influencia da pipoca...

O inverno chega, talvez para o velho homem que vendia pipoca, devia ter sido o inferno mais frio, tão frio ao ponto de doer todas as juntas fracas daquele senhor, que agora se tornava mais fraca ainda, pois já não tinha mais aquele menino ao seu lado para comprar sua pipoca, para conversar com ele, para expulsar aquelas formigas, para dar vida a sua vida...

E a vida do menino? Ah, essa já não tinha mais estação correta... Saia de um inverno quente, para entrar numa primavera com tempestades de verão...

Continua...

sábado, 13 de março de 2010

Muito Obrigado


Por Gabriel Bigó

“Ei! porque você não esta estudando? Você tem a obrigação de tirar 10! Você não faz nada em casa mesmo...

“... porque esta chorando? meninos não choram , você não deve se comportar dessa maneira...”

A todo o momento somos “obrigados” a sermos algo, que está imposto por sei la quem..vivemos e um complexo meio de relações que a todo momento nos cobram determinadas atitudes ....passeamos por um grande “teatro social” onde a todo momentos encarnamos personagens . Às vezes somos os mocinhos, os vilões, os fofoqueiros ou os egoístas entre muitos outros papeis. O que as pessoas não sabem é que Rousseau já previa que deveríamos seguir todos, um roteiro, ou melhor, um contrato em que cada um deveria cumprir suas obrigações, esta aí, novamente caímos na seara das obrigações... Se já não bastasse o vasto grupo de normas que o direito brasileiro nos traz...

E se hoje eu não quisesse ser o invejoso do grupo, ou o CDF da escola, ou ainda o amigo bobão que aceita tudo? Será que poderíamos apenas existir, sem rótulos, sem obrigações , sem ter que interpretar papeis....e se hoje eu quisesse ser tudo? O vilão, depois o herói, o inteligente, o idiota não poderia eu trocar de papeis?Acorda! Depois de acesas as luzes do palco só lhe resta representar bem o seu papel, ser aquilo que os outros te obrigaram a ser, ou não, pode tentar mudar, mas mudar pra quem? Mudar pra que? Não poderia o mocinho ser também o vilão? ou o egoísta compartilhar seus bens?

Cada segundo somos obrigados, obrigados a ler, obrigados a escrever, obrigados a agir, obrigados a entender, obrigados a vestir, obrigados a tudo! Mas a grande sacada e saber que, a grande maioria dessas obrigações não é explicitas, mas sim absorvidas de forma sutil e letal, porque você já não briga com um sistema visível, mas sim com um inimigo oculto, que esta dentro de você.... Que de uma forma cada vez mais avassaladora te constrange, te incomoda a simplesmente ser... Ser o mais forte, ser o melhor, ser inocente, ser filho de crente, ser espiritualizado ou ser ateu . E difícil estabelecer uma linha entre vontade própria e uma vontade induzida, obrigada pelo seu meio social, sua criação enfim... As obrigações vão sempre existir, de uma forma ou de outra, sutis ou não, elas sempre vencem, pois elas estão em você dizendo que tem que ser o melhor, o mais competente, ou ate mesmo que deve ler o blog de um amigo porque ele te pediu. Elas estão por ai a todo lugar como borboletas enlouquecidas voando e coagindo, obrigando a todos quanto puderem afetar... Essa é a nossa realidade , essa e a nossa civilização, por isso nos vamos em frente, obrigados a representar nossos papeis de modo que todos nos possamos viver em harmonia, agindo da forma como “deveríamos” agir, nos obrigando e obrigando os outros a aceitarem nosso jeito para podermos viver na essência o que e esse grande teatro chamado de sociedade onde todos somos OBRIGADOS a respeitar o espaço do outro...

“... Ei! você já acabou de escrever seu texto?”

Sim! Escrevi MUITO OBRIGADO !

sexta-feira, 12 de março de 2010

Desafio

Hoje criamos um desafio entre nós, Leandro, Rodrigo e Gabriel irão se desafiar um dando um tema para que o outro escreva, mas decidimos ampliar esse desafio a vocês, nossos primeiros leitores, então, deixem nos comentários sobre o que vocês querem que falemos, mas não se esqueçam de especificar qual dos 3 deve escrever sobre o tal assunto, pode ser qualquer coisa, se quiser, pode ate dar o titulo do texto pronto, topamos o desafio!
Por favor, se identifiquem nos pedidos!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Charme

Por Rodrigo Santos

É... Bom tema para ser discutido. O Charme, sim o charme... Para alguns serve de encanto, meio de atrair algo ou alguém para mais perto, para bem mais perto... De uma forma ou de outra ele está a todo o momento em todos os lugares, mas nem todos conseguem ver. O Charme pode ser um estilo de vida, uma música, um programa de televisão, talvez com charme próprio, talvez não. Não importa como ele aparece, o charme é único, é meu, é seu, mas quase nunca é nosso.

As mulheres têm seu charme, até aquelas que não namoram homens vivos, eu diria até que o charme de uma está ligado ao da outra, mas isso já foi discutido no outro post... O charme da mulher é encantador, é sedutor... Uma simples cruzada de pernas, pode deixar um homem no chão... Sim, temos um charme! A forma que ela te olha enquanto prende o cabelo... Sim, outro charme! Então o charme da mulher está ligado apenas ao corpo? Sim, mas não ao corpo dela, e sim ao corpo do homem, mas exatamente o olho. O charme da mulher se torna presente pelo olhar “erotizado” do homem.

O charme do homem é diferente, não está ligado ao corpo. Um homem “marombado” de academia é apenas um homem marombado, às vezes boa pinta, às vezes não, mas raramente charmoso. Nosso charme é mais intelectual, é a forma de falar, de pensar... Se abre a porta do carro pra mulher, ele é educado, mas se ele abre a porta do carro, segura a moça pela mão, olha bem nos seus olhos e encosta de leve sua boca em sua mão, ele passa a ser charmoso... Alguém discorda?

Pensando bem, nosso charme não é nosso, e sim daquele que vê. A mulher nunca terá charme se o homem não tiver charme nos seus olhos para vê-la. Da mesma forma que o homem nunca será charmoso se ela não estiver charme em sua mente... Explícito ou não, todo mundo tem um charme para ver, mas poucos para ser visto, até porque, até a morte tem seu charme, alguém duvida? Eu não!

Então é isso... A propósito, ninguém melhor do que você para me responder. Qual é meu charme?

O Ar

Por Leandro Rocha

Ele é tudo, o que seriamos sem ele? Seriamos cadáveres, ele nos trás boas sensações quando carrega um aroma gostoso, um perfume talvez, mas ele também tem uma faca má e nos da ânsia quando carrega um cheiro podre, azedo... Ele é um duas caras.
O ar... O ar te da força no momento da vitoria, ele entra em seus pulmões (com sua permissão) e sai rápido, carregando seu grito pesado, suado a todos aqueles que estão próximos a você, eles ouvem (sem a permissão deles)... Pode acreditar, eles ouvem... Ele é nosso amigo.
Você acha que seus amigos são fundamentais? Fundamental é o ar, seu namorado ou namorada, quando você quer dar-lhe a importância devida (e exagerada) o que você diz? “amor, você é o ar que eu respiro”, aí o ar é um titulo de nobreza, ela ou ele baterá no peito e carregará nas costas o peso dessa responsabilidade... Ele pode ser pesado.
Ar é vida e, ainda que não seja, o ar afasta a morte. Quando alguém passa mal, qual é a primeira coisa que faz? Se abana ou alguém pede para que todos saiam pois esse alguém precisa do que? De ar! E a respiração boca a boca? Nela você passa o ar para quem precisa e ele vai, feliz, salvar aquela vida... Ele é caridoso.
Qual é a melhor parte da manhã? O ar puro, a leveza, ele mesmo entra sozinho ate seus pulmões e te enche de vida, depois vai embora levando o que você não precisa, esse seu resto ele leva ate as árvores, ele faz isso o tempo todo, sem descanso... Ele é incansável.
O ar é tudo, seja bom ou ruim, ele quem se fantasia de baforada de dragão no dia de muito calor, ele que vem gelado num dia muito frio fazer doer a ponta do seu nariz. O ar esta presente na meditação, respire... Inspire... Na Yoga... Respire... Inspire...
Respire...
...
...
Inspire...
...
...
Respire...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Elas não namoram homens vivos

Por Leandro Rocha e Rodrigo Santos



“...e conhece o bem e o mal de quem quiser amar...”

Uma me quer perfeito, outra aceita do jeito que sou, mas não poder me ter. Não pode ou não quer? Acho que ela não quer, por muitas vezes percebo que seu maior prazer é brincar, por outras ela se torna tão séria, ao ponto de dar medo, aos homens vivos. Aos mortos não, neles, ela tem total controle do querer e poder. Seja ele morto ou vivo, sejam elas na rua ou em casa, a verdade é que elas preferem não querer já que não podem.


Ela está próxima, tão próxima que posso sentir seu cheiro, mas suas idéias a coloca tão distante, por sua própria conta, que assim como a outra, passa não querer. É difícil dizer quem coloca essa barreira, eu ou elas?

É, meu caro, seria mais fácil pra todos nós se não estivessem tão ligadas, se uma não fosse a outra, elas se completam de tal forma que me excluem das suas realidades. Posso tocar uma e ver a outra em seus olhos, conversar com uma e ouvir a risada da outra, posso tocar em uma no corpo da outra e amar uma e fazer amor com a outra.

Para alguns, talvez aqueles que as mais próximas se distanciam, os pensamentos se invertam, aquelas que não vemos se tornam tão mais presente do que as outras, tão mais viva e interessante, não seria mentira dizer que elas os entendem muito mais do que as outras. Elas carregam um dom de outras vidas, o dom do saber, o dom da intuição, o dom da adivinhação, um simples “boa noite” respondido por nós, é a entrega dos nossos desejos para elas. O perigo de se relacionar com elas está aí, ela te conhece muito mais que as outras, muito mais que você mesmo, ela conhece o amor, o ódio, o bem e o mal... Por serem as mesmas, no corpo de uma. Por muitas vezes elas brincam, ajudam, já as outras, por muitas vezes se aproveitam, nos tem nas mãos e no final, você já não sabe a qual verdade pertence.

Lidar com as duas é mais fácil que com cada uma separada, é melhor tentar entende-las como uma só, em um instante, uma fração de segundo. Olha-las como duas, é perigoso. Tanto aquela que não podemos ver, mas sentimos a presença, quanto a que vemos, são como a viúva negra que se alimenta de seu parceiro no momento da união, elas te farão de capacho se não fores cuidadoso o bastante... Pensando bem... Seria melhor que fossem só viúva negra... Mas não, elas têm qualidades ainda mais perigosas...

“Cuidado amigo, ela é bonita, ela é mulher.”

domingo, 7 de março de 2010

O sabor amargo do algodão doce

Por Rodrigo Santos

Era um garoto, que como eu... Amava os Beatles? Não, não amava os Beatles, mas também não odiava. Gostava de algodão doce, embora nunca tinha comido... Depois dos 13, começou a freqüentar todas as praças da região a procura do seu algodão preferido, mas embora a fome fosse grande, faltava coragem. Mas coragem para comer algodão doce? Qualquer criança de 7 anos come em festinhas sem problema algum.... Mas ele queria O ALGODÃO e não qualquer um. Por muitas vezes ele chegava na praça, parava o vendedor, pedia um, mas antes do vendedor perguntar qual a cor que ele preferia, ele virava e saia correndo. Por outras, ele chegava a comprar, mas acabava jogando fora, sem mesmo experimentar. Aos 15, tomou coragem, resolveu comer um, não era o seu sabor preferido, mas o menino já conhecia o vendedor e achou melhor comprar com ele. Ele se preparou a semana toda e no dia certo, acordou e foi na praça. Comprou, comeu, gostou, mas se arrependeu... Ficou a pergunta no ar: Se gostou, porque se arrependeu? Até hoje ele não sabe responder, acredito que ele tinha medo de assumir que tinha gostado. Vai saber...

O tempo passou, não sei se por medo ou falta de desejo, mas o menino não queria mais saber de algodão doce. Por mais que ele lutasse, a vontade era maior ainda. Resolveu então andar por outras praças, aquelas de antigamente vendiam algodão sim, mas também vendiam pipocas e balas. Certo verão, o menino acorda com uma idéia fixa na cabeça “hj eu vou comer meu algodão”. Ele tinha outras coisas para fazer, mas nem ligou, se arrumou e foi para a praça... A princípio ele ficou meio acanhado, mas depois que comeu o primeiro, foi logo pro segundo, terceiro e parou no quinto.... Voltou para casa mais do que satisfeito e sem dor na consciência por ter comido.

Acordou no dia seguinte pensando, “agora eu já sei o algodão que posso comer”, e já imaginava na sua cabeça, enquanto eu não encontrar o meu algodão, cada dia será um, cada dia uma cor, cada dia um novo sabor...

Continua...

sábado, 6 de março de 2010

Qual a cor dos olhos dela?




Não sei, por isso que pergunto.
Mas algumas coisas eu sei, eu sei que são diferentes, que parecem vivos e dependendo de como se olha, vê-se cor diferente.
Talvez sejam olhos sábios, serão castanhos quando ela estiver iluminada por si só, olhos castanhos são generosos e não roubam toda a cena, permitem que possamos apreciar todo o conjunto da obra, podem reclamar que são olhos comuns e eu não posso dizer que não, mas isso não tira a beleza do marrom, são olhos que chegam ao mel com a luz do sol, mas não os dela.
A luz lhes dá tom esverdeado, daí minha duvida, volto a tocar na tecla dos olhos sábios, eles são verdes para hipnotizar, não um verde nítido, do tipo mais sem graça, onde você olha, admira e pronto, não, um verde quase intuitivo, tem que prestar atenção pra ver, o que torna tudo muito melhor, são esmeraldas no fundo de um baú.
Não quero resposta a minha pergunta, parte do seu charme esta no seu mistério, são tantas perguntas que se podem fazer sobre ela, mas me mantenha preso a essa, é a mais latente, esta nos olhos, nos dela e nos meus. Sempre vou me perguntar qual a cor dos olhos dela, se um dia eu descobrir, perde a graça.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um texto ótimo que é muito bom


É complicado falar de redundância, é um desafio que desafia a minha mente, mas vamos entrar pra dentro desse conceito e, no final, chegar ao fim dessa historia. Seja o que Deus quiser.
Quando criança, aprendemos logo que subir pra cima e descer pra baixo esta errado, mas só anos depois descobrimos onde esta o erro, e ai... Não faz a menor diferença.
Podemos ser chatos e desagradáveis ao apontar o erro errado das pessoas, poxa vida, sair pra fora dói de forma dolorida nossos ouvidos, não sei o que pode ser pior, fingir que não ouviu e deixar seguir em frente a conversa ou apontar o erro, vestir a roupa do professor Pasquale.
Eu sinceramente prefiro me fazer de surdo e não ouvir nada, passou batido, suba pra cima se quiser, o tombo é seu, cada um sabe de si mesmo e não falta informação para informar as coisas corretas, jornal, televisão, internet...
O problema é esconder o sorriso nos lábios, sobretudo se o dono do erro for um amigo pessoal seu, a vontade de zombar é coisa viva, sobe garganta acima e precisa ter uma língua bem treinada pra não falar e rir uma gargalhada gostosa, quem sabe chorar de tanto rir... Vai perder o amigo assim, aviso logo do perigo, é perigoso ter essas surpresas inesperadas.
Mas, uma verdade absoluta é que todos são unânimes em afirmar positivamente que só comete redundância o desatento, retorno e volto ao subir pra cima, basta um pouquinho de imaginação e você imagina que não há possibilidade de subir para qualquer outro lugar que não seja acima, desafio alguém a me convencer do contrario!
Chegamos a conclusão final, a redundância é engraçada, é dolorosa, é terrível, corrija seus amigos mais íntimos, aqueles que você já nem chama pelo nome, já xinga direto, a recíproca é verdadeira e ele faz a mesma coisa, mas os outros amigos, aqueles distantes mais afastados, não, precisamos rir e deixaremos que eles nos dêem material pra isso... Gostei desse texto, ótimo, muito bom... colocarei na minha própria autobiografia.
Leandro Rocha

quinta-feira, 4 de março de 2010

Do Nome



Nome, substantivo masculino que significa denominação, apelido, prenome, alcunha.
O nome é seu, tão seu que te desperta egoísmo, se ouvir alguma voz desconhecida gritar seu nome, você vai olhar, mesmo que não seja pra você, aprendemos a ter orgulho do nome, saber que só existe um fulano do não sei o que, é bom sentir-se único, mesmo quando sabemos que não é verdade.
O nome é tão importante que existem dicionários, significados históricos e muitas vezes místicos. “me chamo Jacira! Meu nome significa inseto que produz mel!” realmente, muito impressionante.
Então tínhamos que ter um nome também, mas aí a coisa é diferente, é um blog, nosso alcance se expande a um nível tão grande que qualquer coisa vale, seja “blog dos 3” ou “LRG” ou mesmo, num acesso de loucura “dhsjdhsj” metade dos leitores só lerá esse nome uma vez, irão pôr nos favoritos ou escrever apenas a primeira palavra, o Firefox completa o resto pra você.
Escolher foi um problema, um problema de algumas horas, mas um problema... no fim, foi decidido “Vinho, Batata e Costelinha”, a intenção não é ser um trio, o vinho, o batata e o costelinha. Certamente não quero um problema na minha cabeça pra apontar quem vai ser o costelinha... a idéia é simples, o nome é o que comemos na noite em que nasceu a idéia do blog, daí vieram interpretações mais profundas, mais insanas...
O vinho, a bebida, os nobres gostam, a plebe gosta. Beberá o do porto, o envelhecido a 200 anos, a sangria, mas no fim, vai ser vinho de qualquer forma, pior que dizem que a ressaca é terrível.
A batata, frita (como a que comemos na noite fatídica), cozida, assada, doce, assando... Todo mundo gosta de batata! Atire a primeira pedra aquele que não gostar! Melhor não, pode acertar a garrafa.
A costelinha, ah a costelinha! A nossa cereja do bolo... a costelinha pode ser aquele pedaço do porco com mais osso do que carne, pode ser a de boi também, pode ser o cachorro do Doug. Mas também pode ser mulher! É! Mulher! De onde elas vieram? Da costela! Ah então nosso blog é vinho, batata e mulher? Pode ser sim, mas pode ser só um prato...
Por isso que o blog só podia ser “Vinho, Batata e Costelinha”, não poderia ser bife com fritas ou guaraná, suco de cajú e goiabada para sobremesa, é assim que tem que ser.
Explicado o nome? Acho que sim, cada um terá seu significado na cabeça ou não, sempre há a opção de escolher a proposta dada, é mais fácil.
Então ta bom, fecho meu primeiro (e o primeiro do blog) post, vida longa e prospera para todos nós.
Leandro Rocha