segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vazio

Por Leandro Rocha

Só há a escuridão e nada se vê alem das sombras dos objetos, os passos são dados com extrema cautela, há o medo de esbarrar em algo, quebrar e se machucar, os olhos quase incapacitados contam com o auxilio das mãos, que tateiam o ar em busca de algum toque concreto em algo que exista.

Do lado de dentro só se ouve o som abafado que vem do lado de fora, um ruído identificável também há o som ensurdecedor do silencio, o ruído agudo e incessante que parece surgir de lugar nenhum e ir direto para o ponto mais profundo da cabeça, não há pausa.

Quando os olhos se acostumam com a escuridão, as sombras parecem se mover e pequenas explosões de luz parecem serem vistas nas paredes. Por instinto você as tenta fitar, mas seus olhos são muito lentos se comparados à velocidade da luz que elas possuem, na duvida, foi apenas impressão.

Nesse momento existe o encontro consigo, quando começamos a conhecer a pessoa mais difícil do mundo de encontrar, somos jogados na frente de um espelho muito honesto que nos mostra todas as nossas falhas e forças, nosso julgamento é muito mais cruel contra nós mesmos do que contra os outros.

O medo de dar passos no escuro supera e acaba por não mais andar, parado no meio do nada você se sente ainda mais vulnerável, mas ao menos pode evitar bater os joelhos em algo e se machucar. Parado parece melhor.

Não há vento e o som já foi embora, nosso julgamento já foi feito e não conseguimos mais andar, os olhos ainda só enxergam sombras e vultos. A frente não a luz, é um túnel sem luz. Sua cabeça começa a esfriar e o raciocínio começa a ser tão grande que preenche o vazio a frente. Você dá meia volta, abre a porta e sai, de volta pra luz.

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