sexta-feira, 12 de novembro de 2010

É Tarde?



Por Leandro Rocha

Qual sentimento você tem que não te deixa fazer o que deseja ja que acredita estar muito tarde para acontecer?

Provavelmente ainda não chegou a metade da metade da sua vida. É novo mas não vê possibilidade de que as coisas aconteçam e dêem certo porque acha que perdeu tempo. Não será um bom profissional porque não levou a serio o inicio da faculdade? Não há lugar para novos projetos só porque não os iniciou quando criança?

Criança nenhuma tem a obrigação de pensar e planejar, ou ainda, começar a por em pratica todos os projetos para sua vida, criança, brinca e chora.

Tu que te julgas tão conhecedor do fluxo temporal com tuas próprias teorias sobre o espaço entre um segundo e outro, não podes ser vitima da própria perspectiva dos ponteiros do relógio.

Hoje são 20 anos, tem vontade de atuar? Atue, corra atrás, quando tiver 50 e sentir vontade de velejar, veleje. “Se bobear eu fico velho e não aprendo a velejar”

O temo é generoso com quem o usa, enquanto fizer o que quer, os minutos passarão prazerosamente devagar. Não é tarde... nem pra quem já morreu.

domingo, 7 de novembro de 2010

Mundo Cênico

Por Leandro Rocha

“A vida é uma opera” já dizia Dom Casmurro, me pergunto qual das vidas é realmente uma opera, a real ou aquela planejada e construída com base nas suas impressões dentro da sua cabeça.

Interessante como o sorriso simpático da menina lhe faz crer que haja a partir daí uma abertura para o caminho do coração dela, mas no fim foi só um sorriso simpático, ela tem namorado... E é fiel.

O teatro da mente, o mundo cênico da sua opera, normalmente esta longe da realidade, é de um extremo muito bom ou péssimo.

Meu mundo cênico é romântico, comprado da idéia vendida por novelas e filmes, um mundo onde a carne é o segundo plano, onde os olhos se tocam e tocam a alma, onde as mulheres são cortejadas e recebem flores, mesmo as prostitutas (aqui chamadas cortesãs) possuem seu ar de mistério e romantismo. Consegue ver verdade nisso? Eu também não. Talvez exista, mas antes deve-se passar pelo critério da carne e do “papo”.

Como acontece comigo, a idéia do mundo cênico pode ser tão forte que simplesmente não se consegue adaptar ao mundo real, as pessoas assim vão ficando pra trás.

Qual será o ato final? Transportar o cênico para o real ou a morte simplesmente? Eu já fiz minha aposta.

domingo, 20 de junho de 2010

A melhor pessoa do mundo

Por Leandro Rocha




Meu nome não importa o que importa é o que eu sou. Já me falaram coisas muito agradáveis, que sou bom, que sou perfeito, um exaltado já me chamou de a melhor pessoa do mundo, mas não acho, sou tão comum quanto você que lê.


Sou inteligente, me dou bem com números e letras, cresci ouvindo que sou superdotado e autodidata, de fato já aprendi muita coisa sem auxilio, só de ler rapidamente num livro ou ouvir uma única vez, devo isso a minha memória, que é fotográfica.


Minha saúde é boa, dificilmente fico doente e quando fico não passa desses resfriados bobos que saram de um dia para o outro. Tenho alimentação balanceada e faço exercícios todos os dias, gosto de sentir o ar puro e por isso corro todos os dias na beira da praia.


Fui bem educado e trago comigo os ensinamentos de meus pais, abro a porta e puxo a cadeira para minha esposa, pago a conta, dou a ela flores e chocolates e a presenteio em dias que não são de comemoração. Gostamos de tirar férias juntos no trabalho para que possamos viajar pelo mundo, é sempre renovar a lua de mel.


Sou bem sucedido profissionalmente e no amor, sou alto executivo em uma grande empresa e tenho uma situação financeira estável e que me permite certos exageros.


Gosto de musica e não de estilo, danço de tudo um pouco, do mais clássico ao mais popular, sou bom dançarino desde que me conheço por gente e aprendo novos passos com facilidade, basta ver.


Estou sempre informado, ligado na televisão, internet, radio e jornal, gosto de estar por dentro da política, economia, entretenimento e cotidiano, instruo meus filhos e os ensinos na medida do possível.


Sou temente a Deus, faço caridade mantendo duas instituições beneficentes, casei-me na igreja e mantenho os votos fielmente, sequer passa pela cabeça trair minha mulher, apenas a morte irá nos separar.


Ao contrario do que muitos dizem, não sou perfeito, confesso que peco na falta de humildade, mas isso é admitir minhas qualidades. Sei que tenho outros defeitos, mas consigo escondê-los entre as qualidades. Sou uma pessoa bem relacionada, tenho muitos amigos e podemos eu e você, sermos amigos também.


Ah, há apenas um pequeno problema que estava esquecendo de mencionar: eu não existo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falar Moderno



Por Leandro Rocha




È com indescritível prazer que venho mais uma vez pôr-me a escrever para vocês, anseio que o deleite que vós sentireis seja tão ou mais que o que sinto neste momento, gostaria de frisar que o texto será escrito com toda sinceridade e a maior franqueza que meu coração permitir. De tal forma espero agradar meus muito estimados e magnânimos leitores.

Não, isso não se usa mais.

O português é uma língua viva e, portanto sofre mutações constantes e assim como as pessoas, as palavras velhas acabam retiras a pequenos redutos, não podemos mais usa-las em qualquer situação, na conversa com os amigos, eu, hoje, não posso mais estima-lo, eu devo gostar de você.

Aos mais tradicionais, os chamados velhos, é estar fora do mundo, é se perguntar se as outras pessoas conseguem perceber a profundidade de certas palavras, a importância dada a elas quando são usadas em certos momentos, será que notam a diferença de chamar uma mulher de linda ou de gata?

Entro em uma área complicada, os elogios, por serem dados a outras pessoas corre-se o risco de terem como resposta uma ofensa, ainda que branda: “está magnífica” “magnífica? Parece artificial meu bem”. Artificial não seria este que chama magnífica, chamar de boa?

Mas não tem jeito, os arcaicos sempre vão existir e os modernos serão cada vez mais numerosos e logo eles serão arcaicos também, lembra-se dos brotos? Eram as gatas da época e agora ficaram velhos e cafonas, quem sabe amanha, boa já não seja ridículo?

Deixei muitas perguntas que não precisa responder, mas farei uma agora que me dará resposta, mesmo que apenas no pensamento: o que você prefere? Linda ou filé?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vazio

Por Leandro Rocha

Só há a escuridão e nada se vê alem das sombras dos objetos, os passos são dados com extrema cautela, há o medo de esbarrar em algo, quebrar e se machucar, os olhos quase incapacitados contam com o auxilio das mãos, que tateiam o ar em busca de algum toque concreto em algo que exista.

Do lado de dentro só se ouve o som abafado que vem do lado de fora, um ruído identificável também há o som ensurdecedor do silencio, o ruído agudo e incessante que parece surgir de lugar nenhum e ir direto para o ponto mais profundo da cabeça, não há pausa.

Quando os olhos se acostumam com a escuridão, as sombras parecem se mover e pequenas explosões de luz parecem serem vistas nas paredes. Por instinto você as tenta fitar, mas seus olhos são muito lentos se comparados à velocidade da luz que elas possuem, na duvida, foi apenas impressão.

Nesse momento existe o encontro consigo, quando começamos a conhecer a pessoa mais difícil do mundo de encontrar, somos jogados na frente de um espelho muito honesto que nos mostra todas as nossas falhas e forças, nosso julgamento é muito mais cruel contra nós mesmos do que contra os outros.

O medo de dar passos no escuro supera e acaba por não mais andar, parado no meio do nada você se sente ainda mais vulnerável, mas ao menos pode evitar bater os joelhos em algo e se machucar. Parado parece melhor.

Não há vento e o som já foi embora, nosso julgamento já foi feito e não conseguimos mais andar, os olhos ainda só enxergam sombras e vultos. A frente não a luz, é um túnel sem luz. Sua cabeça começa a esfriar e o raciocínio começa a ser tão grande que preenche o vazio a frente. Você dá meia volta, abre a porta e sai, de volta pra luz.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sua vez chegará

Quem nunca ouviu alguém dizer: não cuspa para o alto, ele poderá cair na sua testa? Pois é, quantos cuspes já voltaram na sua testa ou quantos ainda irão cair? Eu garanto que vários, por mais que você diga que não... É normal, em todo ser humano, ter dias como estes que vou te mostrar...

Dias que você irá colar chicletes em baixo da cadeira da escola, em que jogará bolinha de papel na cabeça do colega, ou até mesmo da professora. Por mais que diga que não, você irá colar da prova do vizinho, irá roubar biscoitos da merenda de alguém...

O tempo vai passar um pouco, você não roubará mais biscoitos, agora você irá pegar as moedas do carro de seu pai, ficará com o troco das idas aos bares, todo domingo, para seus tios e falará que é por conta do frete.

Mais a frente irá brincar de salada mista, dizendo que é pique esconde. Irá inventar trabalhos escolares para se encontrar com alguém. Irá matar aula para ir ao shopping, irá matar aula para dormir...

Mas lá pra frente, você irá inventar uma dor de barriga para não ir trabalhar, andará de carro sem cinto, isso sem dúvidas, tomará um porre, e vai dizer no dia seguinte que nunca mais irá beber, pensará em ir numa casa de swing, alguns até irão, falará para todos, “que nada, somo apenas amigos”, quando na verdade já estão comemorando 6 meses de relacionamento. Os virgens falarão que já “comeram” 3 e as rodadas falarão que só “deram” pra 1.

Um dia você irá olhar diferente para mulher de algum conhecido, irá escutar as palavras sábias de seus avôs e em outros falaram que eles estão ficando doidos. Certamente dormirá no motel dizendo que está na casa da amiga estudando, e em outro dirá que amiga dormiu em sua casa.

Se você chegar aos 30 sem ter feito pelo menos um terço do que eu escrevi, não pense que estava dormindo, vai ver você só resolverá colar chicletes embaixo da mesa aos 50... Não importa a idade, viva a sua vida, quanto tudo isso, não precise cuspir para o alto, pois certamente você irá fazer, cedo ou tarde, seu dia irá chegar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Desabafo

Por Leandro






Um dia a bomba explode.
Deixe-me falar da vida.



A vida nos traz problemas, decisões para tomar, nos traz situações complicadas, inimigos, desafetos, verdades e mentiras. A vida nos traz angustias, aflições, dilemas. E o que você faz? Guarda tudo isso.



Costumamos guardar nossos problemas para todos, já conversamos sobre isso, sobre as mascaras usadas para que os outros não vejam nossa face problemática. Normalmente temos uma forma de escape para essa pressão que sofremos, alguns fazem esportes, outros escrevem (blogs?), há os que se confessam. Porem o esporte não te responde, nem as letras e o padre não lhe dará conselhos que não estejam dentro das normas eclesiásticas, o caminho da virtude, normalmente ele te mandará rezar.



Muitas vezes é necessário que alguém igual a você, sujeito aos mesmos problemas ouça seu desabafo, alguém capaz de te indicar um caminho a seguir, muitas vezes um caminho já percorrido que, sua cabeça sob pressão, não percebeu. Quantos problemas seus não tiveram soluções parecidas?



Pare um pouco, mesmo as grandes maquinas modernas, precisam parar para aliviar a pressão. Um computador não irá trabalhar sem pausa sem que queime, a menos que esteja em um ambiente preparado, mas a vida não é um ambiente preparado, é rolar dados, a incerteza esta a cada esquina que você cruza, ou não.



Chore e grite. São instintos do ser humano, não há maior válvula de escape do que essas, é uma maneira de extravasar a energia acumulada em tantos dias de pensamentos que duvidavam da sua capacidade de resolução, tudo tem resolução, exceto a morte, mas enquanto você não morre, receba um problema de peito aberto sabendo que há um meio de resolve-lo.



Mas tudo ao seu tempo, pensamentos são coisas que ninguém pode meter a mão na sua mente e tira-los, a angustia transparece nos olhos, mas sempre valerão suas palavras de que não há nada, quando você resolver explodir, quando resolver desabafar. Conte comigo.